ANDRÉ VERÍSSIMO


A edium editores tem o grato prazer de anunciar a publicação do mais recente trabalho de André Veríssimo intitulado "A Sociedade Complexa - Teorias da Comunicação" para o dia 31 de Janeiro próximo, data em que será apresentado na FNAC do NorteShopping, em Matosinhos.

André Veríssimo, docente e investigador universitário, tem uma vasta obra publicada nas áreas das Ciências da Comunicação, Ciência Política e Filosofia Ética e Contemporânea.

Transcrevemos do texto introdutório à obra:

A cidadania consegue cultivar a disposição para participar dos órgãos de decisão, mesmo os políticos. Está muito expandida a tentação da comodidade e do negativismo, potenciados hoje pela atracção da televisão e pela crescente sensação de impotência do indivíduo perante a progressiva complexidade dos problemas sociais, que também faz aumentar a crença irracional de que tudo se decide em grupos ocultos de poder contra os quais nada se pode fazer. A sociedade deve ser transparente. O Poder é público e deve ser exercido em público, como ensina Norberto Bobbio (O futuro da Democracia, 1984). Bobbio, apesar de entender a democracia falha e insatisfatória, eivada de promessas não realizadas, a democracia era o sistema mais progressista que uma sociedade civilizada podia almejar; Bobbio louvou-lhe a tolerância, o princípio da não-violência, a possibilidade de se renovar e o seu ideal de fraternidade, herdado da Revolução Francesa de 1789.

Todos nós necessitamos de estar comprometidos com princípios morais que estejam acima das pequenas preocupações e disputas da vida de todos os dias. Devemos estar preparados para sair em defesa destes valores sempre que eles estejam mal definidos, ou ameaçados. A própria moralidade cosmopolita precisa de ser puxada pela paixão. Nenhum de nós terá uma boa razão para viver se não tiver uma causa por que valha a pena morrer" (Giddens, A., O Mundo na Era da Globalização, Lisboa, Editorial Presença, 2002).
É justamente neste ponto que reside a profunda verdade desta fórmula, tão bem compreendida «quem tem dinheiro e amigos ri-se da Justiça». Diz Guy Debord in A Sociedade do Espectáculo, as leis dormem ; porque não foram feitas para as novas técnicas de produção, e porque elas são torneadas na distribuição por acordos de um tipo novo. O que pensa ou prefere o eleitorado não tem importância. Eis o que é escondido pela encenação de tantas sondagens de opinião, de eleições, de reestruturações modernizantes. Uma das formas actuais de política confrangedora é a da monoconcentração de poderes no Estado central. As freguesias que desaparecem, as escolas básicas que se desmantelam, o mundo de proximidade que deixa de ser o mesmo em que os velhos serão sempre o peso morto das gerações do pensamento débil.